Tradicionais nos EUA, caminhões equipados com cozinha agora podem vender comida na capital paulista

por Mauro Cassane,
editor-chefe do portal Brasil Caminhoneiro.

Já é lei. No final de novembro, a Câmara Municipal de São Paulo (SP) aprovou a venda de comida de rua na capital. A medida, além de favorecer os tradicionais comerciantes de churrasco grego e yakissoba, também atrai representantes da alta gastronomia, que oferecem seus pratos com preços mais em conta ao público. E para levar seus nomes às ruas e avenidas, os restaurantes investem nos “Food Trucks”, caminhões e furgões equipados com cozinha e que, mais do que agilizar o atendimento, aproximam mais os clientes.

Os “Food Trucks” são muitos comuns nos Estados Unidos e Europa, e vendem de tudo: de hot dog à comida mexicana, de sorvete a doces diversos. Na capital paulista, essa tendência ganhou mais força na esteira do sucesso das recentes feiras gastronômicas realizadas no bairro de Vila Madalena nos fins de semana, e também durante a Virada Cultural, evento que reúne 24 horas de atrações artísticas gratuitas. Para empresários do ramo de alimentação, o caminhão também ajuda a diminuir custos como impostos e aluguel.

A Temakeria Navan utiliza biodiesel para se locomover, e a cozinha consume energias solar e eólica.

Com a aprovação da Câmara paulistana, o vendedor de “Food Truck” deve manter 1,2 metro de passagem livre para os pedestres. As 31 subprefeituras vão sortear licenças para a venda de alimentos em furgões. Bebidas alcoólicas são vetadas, e o período da licença será de dois anos, renováveis por igual período.

O famoso chef brasileiro Alex Atala, um dos principais defensores do “Food Truck”, chegou a fazer uma apresentação aos vereadores de São Paulo sobre a importância de levar a gastronomia de qualidade para a rua. Seu objetivo é ter um veículo para servir a galinhada do seu restaurante Dalva & Dito.

A marca de uísque Jameson oferece versões nacionais de pratos estrangeiros famosos, como o “fish and chips” e hambúrguer com bacon curado.

Os pioneiros

Antes mesmo dos “Food Trucks” se estabelecerem, São Paulo já tinha alguns abnegados comerciantes que acreditavam no comércio sobre rodas. Um deles é a Rolando Massinha, a primeira cantina sobre rodas, pertencente a Rolando “Massinha” Vanucci, neto de italianos que começou com uma VW Kombi. A perua estaciona diariamente na esquina da Sumaré com a Rua Caiubi, em Perdizes, e ganhará dois novos irmãos ainda este ano: o Rolando Doguinho, hot dog gourmet em frente ao Shopping Vila Olímpia, e o Rolando Churrinho, churros gourmet que funcionará ao lado da Massinha em Perdizes.

Já o empresário Alan Liao decidiu montar um “Food Truck” não convencional. A Temakeria Navan funciona numa van eco-friendly que utiliza apenas energia solar e eólica na cozinha, geradas por um painel e haste acoplados no veículo. Além disso, a van se move com biodiesel. O cardápio serve quase 30 tipos diferentes de temaki, destacando o salmão nuts (salmão, maionese, amêndoas laminadas e macadâmias), entre outras opções de guioza e shimeji. A Navan costuma estacionar na Avenida Luís Carlos Berrini, na Zona Sul da cidade.

Preparo de temaki no Temakeria Navan.

Outra boa opção é a van patrocinada pela marca de uísque Jameson. Com um itinerário que pode ser seguido pelo Facebook da fabricante, uma Mercedes-Benz Sprinter roda a capital oferecendo pratos como o “fish and chips brasileiro” (no lugar de sardinha e batata frita, peixe surubim e mandioca), além de versões de curry, dogs gourmets, hambúrgueres e outras surpresas do dia.

Fotos: Divulgação

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