Transmissões automatizadas já equipam cerca de 90% dos extrapesados vendidos

por Leandro Tavares,
de São Paulo para o Brasil Caminhoneiro

Tendência ou luxo? Conforto ou economia? Nada disso. A transmissão automatizada é uma realidade do mercado de caminhões extrapesados no Brasil. Atualmente, as fabricantes dos principais modelos à disposição no Brasil afirmam que cerca de 90% dos veículos dessa categoria saem de fábrica com a caixa automatizada.

A preferência dos frotistas por caminhão com essa tecnologia é tanta que a Mercedes-Benz já não possui extrapesados com transmissão mecânica. Todos os Actros que saem da planta de Juiz de Fora são equipadas com a Powershift 2 de 12 marchas. Gilson Zinetti, engenheiro coordenador de projetos da área de Marketing de Produto de caminhões da Mercedes-Benz, dá três motivos para a estratégia da marca.

“A transmissão automatizada alcançou um nível de maturidade tido como ótimo. Além disso, o crescimento do número de veículos nas estradas aumentaram a carga de trabalho do motorista e as mudanças de marchas, gerando maior stress sobre o caminhoneiro. Para concluir, tem a falta de motoristas qualificados e o aumento da rotatividade desses, principalmente em grandes frotas”.

De acordo com o executivo, a adoção da transmissão automatizada veio de encontro com estas necessidades dos clientes, e tê-la como item de série valorizou o produto da Mercedes-Benz. “Com este diferencial, o cliente não paga nada a mais. Vale lembrar que, como item opcional, a concorrência encarece o caminhão de R$ 15 mil a R$20 mil”, afirma Zinetti.

A alavanca da I-Shift fica ao lado do banco.

Independentemente da marca, as transmissões automatizadas possuem várias vantagens operacionais. Elas permitem uma maior economia de combustível (até 5%). Pode parecer pouco, porém para um caminhão cuja vocação é cruzar longas distâncias, a economia é significativa. Além disso há o aumento da vida útil da embreagem e os trancos no cardan e eixo traseiro são eliminados, também reduzindo a necessidade de troca do sistema desde a transmissão, que deixa de ter anéis sincronizadores até os pneus, que já não sofrerão com acelerações bruscas e desnecessárias.

Sobre a perda de profissinais qualificados nas empresas, o diretor de caminhões da Volvo do Brasil, Bernardo Fedalto, destaca: “O conforto é um fator de atração e retenção dos melhores motoristas”. A Volvo, pioneira com este equipamento, já equipe 93% dos caminhões da série FH comercializados com a I-Shift, de 12 marchas.

Já a Scania tem 91% de seus caminhões extrapesados equipados com a Opticruise. A MAN Latin America, na mesma linha, possui 90% dos modelos TGX saindo de Resende com a MAN TipMatic, caixa de 16 marchas desenvolvida pela ZF. O número maior de marchas, uma nova tendência do setor, também é adotado nos caminhões Stralis, da Iveco, e no A7, da Sinotruck.

Acionamento da Opticruise é feito por alavanca atrás do volante

Por sinal, dentre as tradicionais montadoras europeias no Brasil, a única que não está na faixa dos 90% de caminhões extrapesados com transmissões automatizadas é a Iveco, com 75%. Entretanto, segundo a empresa, esse número deve mudar em 2013.

“Os caminhões equipados com câmbio automatizado são uma tendência no mercado de pesados, pois geram mais economia de combustível, menos manutenção e maior conforto e produtividade para o motorista. Nesse ano de 2013 nossa previsão é que o percentual de caminhões equipados com essa tecnologia chegue a quase 90% das vendas de caminhões pesados da marca, o que significa 20% das vendas totais”, afirmou Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco.

Fotos: Divulgação

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