Axor 2544 com entreeixos menor leva mais carga; veja o teste

por Leandro Tavares,
de São Bernardo do Campo (SP) para o Portal Brasil Caminhoneiro

A nova geração de caminhões da Mercedes-Benz com a introdução do conceito Econfort chegou ao mercado acompanha de um modelo vocacional para cegonheiros e cargas paletizadas: o Axor 2544 com entreeixos de 3.100 mm. A equipe do Brasil Caminhoneiro teve a oportunidade de rodar com o pesado por um trecho de aproximadamente 350 km saindo da fábrica da fabricante em São Bernardo do Campo (SP), passando pela Via Anchieta, entrando no Rodoanel e pegando a BR-116, a Régis Bittencourt, para então descer a Serra do Cafezal e voltar para o Grande ABC pelo mesmo caminho. No vídeo acima você acompanha um pouco da viagem e o veículo em operação.

A vantagem dessa configuração pode passar desapercebida por quem não é entendedor deste segmento, mas com a redução dos 3.600 mm, menor entreeixos anteriormente, para os 3.100 mm há um ganho de quase um metro no espaço entre o para-choque do caminhão e o primeiro eixo do implemento.

Axor 2544

Desta maneira, o Axor 2544 ataca uma configuração de carreta cegonha para transporte de SUVs, podendo levar três ao invés de dois veículos embaixo, além de ganhar espaço também para mais paletes em implementos rebaixados para o transporte de bebidas. “Esse caminhão é um novo desenvolvimento. Tem um mercado bem específico que precisa de entreeixos mais curtos, e fomos atrás deste mercado”, afirma Gilson Zinetti, engenheiro de marketing da Mercedes-Benz. “Com o entreeixos 3.100 mm, eu melhoro aquela ‘barriga’ do implemento e tenho um ganho logístico”.

Por baixo da cabine, o caminhão possui o motor OM 457 LA, de 439 cv. Como o foco dos veículos brasileiros tem sido de cada vez mais aumentar o torque em baixas rotações e por uma faixa maior, o propulsor se destaca por responder bem em situações que exijam uma operação como essa para conseguir menor consumo. Para alcançar o torque máximo de 2.150 Nm, o motor precisa de 1.100 rpm.

Espaço interno do Axor 2544

“Na carga paletizada não se trabalha com o limite do PBT, então há um maior volume para o transportador carregar. A legislação brasileira limita o tamanho do para-choque do caminhão ao para-choque do implemento, então nosso desafio é entender como aumentar a capacidade de carga volumétrica nesse espaço. A saída é encurtar o entreeixo, e mesmo reduzindo o tamanho do tanque, o cliente reconhece essa questão”, explica Zinetti.

A transmissão do motor é a MB G 280, a caixa automatizada Mercedes Powershit, de 16 velocidades. Com ela é possível conseguir um diminuição de consumo de combustível ao longo da operação, uma vez que as trocas de marcha são realizadas de acordo com a situação da pista e a velocidade do caminhão. Esta geração de transmissão possui o Eco Roll, função que coloca o veículo numa espécie de “banguela controlada” e permite maior economia no consumo de combustível.

Durante o teste, pudemos acompanhar tanto o funcionamento da Mercedes Powershift como o freio motor Top Brake em ação. Tomando cuidado nas descidas e reduzindo a marcha para manter a potência do freio é possível diminuir o desgaste de todo o conjunto de freios, que funciona bem quando requisitado. O teste foi ao passar pela cobrança automática do pedágio. Como a cancela não se levantou, o Eco Driver João Moita foi obrigado a frear bruscamente para não correr o risco de danificar o caminhão. A freada foi sem arrasto e, apesar da aparência poder ser dura para quem está fora da cabine, por dentro o impacto sequer foi forte o suficiente para travar o cinto de segurança.

Por falar em cabine, esta também está mais confortável com teto alto, novo revestimento e opção de cama king size, facilitando a vida de quem viaja com a família na boleia por conta do conforto maior. O Axor 2544 fez durante o trajeto uma média de 2,32 km por litro de diesel. O valor do pesado na data do teste é de aproximadamente R$ 283 mil.

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