Quem passar pelos corredores do São Paulo Expo entre os dias 16 e 20 de outubro conseguirá ver de perto as novidades que fabricantes de caminhões de todo o Brasil levaram para a Fenatran 2017
Não se engane: o mais importante salão do transporte de cargas da América Latina é um evento de negócios e relacionamento. Mas a forma como esses negócios são concretizados é por meio de muitas tecnologias que apontam o futuro do segmento no Brasil.
Em primeiro lugar, a conectividade já é uma realidade no Brasil. Uma parcela cada vez maior da população tem acesso à internet graças aos smartphones. De acordo com pesquisa do Google com a Kantar TNS, 62% da população possui um aparelho destes. Isso significa não apenas que a distribuição de acesso à rede pelo território nacional está cada vez maior, mas também que mais pessoas se acostumam com o conceito da conectividade.
Este conceito está presente em caminhões através de ferramentas e serviços desenvolvidos pelas próprias fabricantes, como os Serviços Conectados Scania, e também de empresas dedicadas a esse setor. “Na Fenatran 2017, a Scania participa de forma consistente com soluções inteligentes, conectadas e sustentáveis. A partir de agora, nossas novidades de produtos e serviços elevam o mercado a outro nível para surpreender e atender o cliente”, afirma Roberto Barral, diretor-geral da Scania no Brasil. “Os lançamentos nacionais e para a América Latina estão alinhados com o conceito global da Scania de proporcionar um transporte mais sustentável. Começamos uma jornada ainda mais profunda de parceria com o cliente para juntos encontrarmos caminhos mais eficientes e rentáveis para sua operação.”
Da conectividade à automação
Um dos grandes medos dos caminhoneiros está se tornando realidade também no Brasil: a automação dos caminhões. No entanto, ainda há uma distância considerável entre os modelos atuais, que sempre contam com a presença de um operador supervisionando o trabalho da máquina de dentro do veículo, até o momento em que uma frota inteira de “caminhões” cruzará o Brasil de Norte a Sul sem ninguém na cabine (isso se este veículo tiver uma cabine).
Essa visão já foi apresentada pela Volvo em maio na forma de um VM para o setor canavieiro. Na Fenatran foi a vez da Ford apresentar o modelo Cargo Connect, veículo equipado com sensores, câmeras, radar e dispositivos que o enquadram numa categoria de semiautônomo.
“Temos tradição e a confiança de milhares de clientes. Nossos marcos se confundem com a história do desenvolvimento do Brasil. Por isso, investimos e continuamos a investir nessa área com inovação, arrojo e experiências inéditas, como o Cargo Connect. Pensamos no presente, no futuro, na mobilidade e nos veículos inteligentes para a satisfação dos nossos clientes”, afirmou Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
Eletromobilidade em destaque
Na última quarta-feira (11) a MAN Latin America apresentou em Hannover o e-Delivery, modelo 100% elétrico e nacional da nova linha de caminhões leves da marca. O anúncio levantou a expectativa de que o caminhão estaria presente também na Fenatran. Confirmada a presença, a fabricante foi além a divulgou que o e-Delivery já estará em operação em 2018 no transporte da Ambev na distribuição urbana.
“Nosso centro mundial de desenvolvimento da Volkswagen Caminhões e Ônibus, localizado no Brasil, investigou as melhores soluções mundiais para atender às necessidades de nossos clientes em veículos de baixas emissões para inaugurar uma nova era da indústria de transportes dos países emergentes”, destaca Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, fabricante das marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN.
“Estamos muito felizes com essa iniciativa, que traz avanços importantes para a indústria de logística verde. A utilização de veículos sustentáveis contribui para o nosso sonho de unirmos as pessoas por um mundo melhor”, afirma Guilherme Gaia, diretor de Procurement da Ambev.
Apesar da pouca infraestrutura para veículos elétricos no Brasil, o anúncio seguido pelo apoio de uma das maiores empresas do ramo de bebidas do Brasil aponta que a eletromobilidade não deve demorar para ser uma realidade nas ruas e estradas brasileiras.