Hilux SRV faz sintonia fina entre luxo e robustez

Por Mauro Cassane
Editor do Portal

Por fora a Hilux Cabine Dupla 4×4 SRV Automática é uma senhora picape. Irreparável na altura, no ângulo de ataque, na suspensão reforçada, no jeitão robusto e na caçamba generosa, mesmo na versão cabina dupla. Por dentro, com os bancos com acabamento em couro, ar-condicionado digital, painel de instrumentos Optitron (que regula a intensidade da iluminação de acordo com a luz externa), computador de bordo com sete funções (relógio, tempo de viagem, temperatura externa, consumo instantâneo, consumo médio, velocidade média e autonomia), travamento automático das portas aos 20 km/h, faróis de neblina, comando do rádio e do computador de bordo no volante e Cruise Control, a impressão é que estamos a bordo de um automóvel de luxo.

É bom falar logo do preço do brinquedo: 140 mil reais! Parece caro, mas a matemática simples pode provar que é até barato considerando que cada cavalo de potência sai pela bagatela de 858 reais. A versão que testamos guarda 163 cv sob o capô, cavalaria que vai a 3.400 rpm e torque plano de 35 kgf.m.Em resumo, a versão top da Hilux tem todo jeitão de picape, conforto de carrão de luxo e desempenho de um esportivo.

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Nossa ideia foi verificar se luxo combina com trabalho duro. Na primeira etapa do teste fizemos um trecho leve saindo da cidade de São Paulo com destino a Itanhaém, a 120 km de capital. Descemos pela Rodovia dos Imigrantes, um tapetão de asfalto perfeito, e chegamos ao destino em uma hora de viagem. Até aí, prevaleceu o luxo. Trecho fácil e tranqüilo, com a alavanca do câmbio automático no D (drive), tocando a 2000 giros e o display informando um consumo médio de 12,8 km por litro. Nas ultrapassagens aproveitamos para testar a retomada de velocidade partindo de baixas rotações e acelerando com mais força. O motor Toyota 3.0L 16V D-4D respondeu instantaneamente, elevando giro e torque com bastante rapidez. Comportamento de carro esportivo. E consumo também. Nestas retomadas, o consumo informado eletronicamente cai para a média de 3 km/l. Mas a compensação em qualquer declive é manter o carro engatado e se divertir como o marcador registrando consumo zero com o carro a 120 km/h.

Uma vez na praia, resolvemos sentir o comportamento do 4×4 no trecho de areia e rio. A Hilux tirou de letra. Fácil demais. A tração fora inteiramente dispensável. É possível trafegar em três tipos de tração: 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 reduzida. O engate é feito por intermédio de alavanca postada ao lado do câmbio. A picape possui desacoplamento automático do diferencial (ADD), um sistema automatizado que acopla e desconecta o semi-eixo dianteiro do diferencial de acordo com o tipo de tração selecionado, sem que o motorista tenha que descer do carro para efetuar a operação manualmente.

Novos faróis e parachoque mais robusto

Só a força do motor já daria conta de vencer um pequeno córrego, conhecido como Rio Negro. Andamos contra a correnteza, subimos o giro, entramos pela borda, vencemos degraus de areia de uns 30 centímetros pelas margens…e o carro, por dentro, ignorando tudo. Conforto total. Dificuldade zero. Parecia brincadeira de playboy.

Resolvemos criar uma dificuldade mais hard. O sistema de suspensão da Hilux 2012 carecia ser testado de modo mais eficiente. Por isso, a segunda parte do teste foi bem mais complicada. Seguimos mais 300 quilômetros com o veículo até o Vale do Ribeira. Ali, entre montanhas e estradas que cortam a mata atlântica comprovamos, enfim, a eficiência de todo o conjunto.

Em estrada de terra e com muito barro, acionada a tração integral, a tocada lembra um rali. Entre 40 a 50 km/h a Hilux entra e sai das curvas com total equilíbrio. O sistema dianteiro da suspensão é independente, com barra estabilizadora, braços duplos triangulares e molas helicoidais, que torna a picape mais suave ao rodar na terra e confere maior segurança nas manobras mais radicais. A suspensão traseira, formada por um eixo rígido com molas semi-elípticas de duplo estágio, auxilia na estabilidade. Com estrada boa, de terra batida e seca, aceleramos a 70 km/h e o carro, com carga de 200 kg, nem sequer derrapou. O consumo ficou entre 10 e 11 km/l. Muito bom nestas condições.

Resolvemos aumentar a carga. Botamos mais 300 kg. Com 500 kg de carga andamos no modo transportador. Devagar e com cuidado. O comportamento foi exemplar. Desta vez buscamos avaliar como uma picape de luxo pode encarar um trabalho mais duro. Ela não faz frescura. O giro sobe lento, o torque responde rápido, o consumo se eleva, oscila entre 2,3 a 2,8 km/l nas subidas mais íngremes. Mas o carro não vacila. Sem pesar o pé no acelerador, tocando apenas como se leva uma carga, a nova Hilux se mostra perfeita também para operações mais severas.

Com ou sem carga, vale o destaque para o item conforto. Primeiramente uma nota 10: a nova Hilux merece louros pelo silêncio interno. Mesmo com o ar-condicionado ligado no último, o nível de ruído interno é perfeitamente aceitável. Se é para ouvir algo, que se faça proveito do novo sistema de áudio touchscreen com tela de 6,1 polegadas e conexão BlueTooth e IPod. Além disso, um mimo para os pouco versados na arte de tocar carros grandes para trás: câmera de ré com a imagem em boa definição reproduzida na tela de 6.1 polegadas do sistema de som.

Novo sistema de áudio com tela touchscreen de 6.1''

Neste carro, o motorista não faz lá grandes esforços, além de nem precisar trocar de marca, ainda com apenas um toque no botão localizado ao lado esquerdo de seu banco ele faz o ajuste para frente e para traz, conforme sua melhor conveniência para dirigir.

Visual mais elegante
A Hilux 2012 apresenta agora um estilo frontal mais agressivo, com novos faróis, que ficaram mais proeminentes e avançam para além das dimensões da carroceria, e novo para-choque, de aspecto mais robusto e envolvente. O capô também foi redesenhado, ganhando vincos marcantes, que confluem para o centro do veículo, em direção à insígnia da Toyota, e harmonizam com a nova grade dianteira trapezoidal de dimensões maiores em comparação com a anterior.

Na lateral, tanto na Nova Hilux quanto no Novo SW4, as molduras dos para-lamas foram redesenhadas e, agora, transmitem a sensação de movimento.

A parte traseira da Nova Hilux ganhou novas lanternas, com redistribuição do set de lâmpadas e com cantos com vincos mais marcados. A terceira luz de freio, antes vermelha, agora é translúcida.

Conclusão
A nova Hilux, especialmente a versão testada pelo Portal Brasil Caminhoneiro é um veículo que vale o quanto pesa, o quanto anda e o quanto rende. Um veículo econômico quando você está disposto a navegar dentro da faixa econômica, e um tanto gastão quando sua opção for pela esportividade. É luxuoso, talhado para condições urbanas, mas não faz o tipo “patricinha” na hora de enfrentar trabalho duro. Encara terra, lama, barranco e se for para levar peso, faz o serviço sem chorar, mesmo nas subidas. A manada de 163 cavalos do motor é de respeito. O carro entrega força quando solicitado e alto desempenho se é para agir como um esportivo. A beleza de todo conjunto, tanto externa como interna, chama atenção na cidade e no campo. Definitivamente, testado e aprovado!


Foto:  crédito Mauro Cassane

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