Após reajustes, MAN Latin America se mostra otimista com mercado brasileiro

Em evento em São Paulo (SP), executivos da MAN Latin America apresentaram as mudanças que foram realizadas na empresa durante a crise, que para eles deve ter fim em breve.

MAN Latin America

O agravamento da queda nas vendas de caminhões e ônibus nos últimos cinco anos deixou a MAN Latin America em alerta. Ao longo dos últimos meses foi iniciado um programa de reestruturação da empresa no Brasil. Executivos da marca apresentaram em São Paulo (SP) nesta quarta-feira os primeiros resultados do “Vire a Chave”, que teve como ações diminuição de custos, mudança no quadro de funcionários (incluindo na diretoria) e iniciativas inovadoras como o Leasing Operacional.

Um dos pontos que mais impactavam sobre o prejuízo da MAN Latin America em 2015 no Brasil foi a defasagem de 20% na relação entre custos de produção e o preço dos veículos comercializados no mercado brasileiro. “Os custos aumentaram por conta da inflação e da variação cambial, e os volumes retrocederam aos do século passado. O mercado encolheu cerca de 70% desde 2011”, explicou Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America.

No entanto, tanto a MAN Latin America quanto a Volkswagen Truck & Bus acreditam no Brasil e na retomada do crescimento. “O Brasil tem um volume grande de reservas. Esperamos que nos próximos anos retomaremos o crescimento a níveis mais próximo de outros países emergentes”, afirma o CEO.

Para Cortes, os volumes do mercado em 2011 também não podem ser o alvo, já que os números foram “inflados” por taxas de juros abaixo da inflação subsidiadas pelo governo e antecipação de compras antes da introdução do Euro 5. Porém é possível trabalhar com um mercado de veículos comerciais na casa das 150 mil unidades. “Acreditamos que este seja um número sustentável, um novo patamar de um Brasil que passou por inclusão social nos últimos anos, passou a consumir mais, passou a ter acesso a crédito, onde se criou um novo nível de demanda, que é sustentável sem um nível de incentivo que tinha na época do PSI”, analisa.

Essa visão dá segurança para a empresa manter o investimento previsto de R$ 400 milhões até 2017, valor que faz parte de um aporte de R$ 1 bilhão iniciado em 2012. Novos produtos também serão apresentados em breve, de acordo com o executivo.

Além disso, a MAN passou de um quadro de aproximadamente 5 mil funcionários na planta de Resende (RJ) para 3,5 mil através de planos de aposentadoria e demissão voluntária. “Hoje estamos redimensionados para esta nova realidade de mercado”, avalia Cortes. Com isso, a fábrica, que tem capacidade instalada para produzir 100 mil unidades ao ano, está com ociosidade de 80%, fabricando 110 unidades em turno único com quatro dias de trabalho na semana. No entanto, o momento de ajustes passou, garante Cortes.

“A necessidade de reduzir custos passou, e a MAN Latin America entra numa nova era. Trouxemos pessoas novas após programas de demissão voluntárias, e temos agora novas visões de mundo e entendimento das tecnologias. Com isso teremos novos produtos, seremos mais ágeis e com menos hierarquia”, explica.

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