por Leandro Tavares,
de São Paulo (SP) para o Brasil Caminhoneiro
O mercado dos caminhões Premium é bastante concorrido. Afinal de contas, não é qualquer empresa que consegue desenvolver um veículo com tanta tecnologia embarcada, além do alto número de itens de conforto. Esta disputa ficou ainda mais acirrada desde abril de 2012, quando a MAN Latin America anunciou a chegada da linha TGX ao Brasil.
O primeiro contato com o caminhão é surpreendente. Logo ao entrar na cabina, as desconfianças com o que é novo ficaram de fora. O pesadão TGX 29.440 6×4 parece já ter anos de tradição no mercado nacional. Viajamos com a força do motor MAN D26, com 440 cv de potência. O elevado torque sem redução nos cubos permite que o modelo tracione até 80 toneladas.
Com tecnologia Euro 5, os novos caminhões MAN TGX usam do sistema SCR para reduzir as emissões nocivas ao meio-ambiente. Isso significa que, além do diesel S-50, o veículo tem também um tanque de Arla 32. Para aproveitar melhor o espaço do chassi, a MAN optou por conjugar os dois tanques.
Dirigindo o TGX é possível sentir melhor a capacidade do veículo. A condução é suave, e cada acelerada tem uma ótima resposta do motor. Como não podia deixar de ser em um extrapesado que quer ser referência no mercado, o TGX 29.440 é equipado com uma avançada transmissão: a MAN TipMatic, desenvolvida em conjunto com a ZF. São 16 marchas automatizadas, com o reforço do Intarder, responsável por um dos grandes destaques do caminhão, que é o quesito economia.
A reportagem do Brasil Caminhoneiro desceu a Serra do Mar a bordo do extrapesado MAN. A descida da Rodovia Anchieta com o caminhão foi feita com o auxílio do freio motor de três estágios. Poucas vezes os freios foram utilizados, e quando foram, o motivo do uso foi o trânsito no trecho, que não permitiu a descida total de serra sem o uso dos freios. Isso, além de reduzir o consumo de combustível, ainda preserva as lonas de freio. Pudemos sentir a diferença no ar, uma vez que outros caminhões ao nosso redor superaqueciam suas rodas para aguentar a dura e lenta ida à Santos.
E não é apenas a tecnologia do TGX que nos agradou. O espaço da cabina é outro detalhe que chamou atenção. Dentro dos 3,5 metros de altura, 7,5 de comprimento e quase 3 de largura do TGX 29.440, pudemos testar uma série de itens que tornam as longas viagens pelo Brasil mais tranquilas. A começar pela cobertura dos degraus de acesso, que, além diminuir o arrasto aerodinâmico, ainda protege o acesso à cabina.
Algo muito comum é sentir-se desconfortável com os trancos e solavancos do interior do caminhão de grande porte. Mas bolsões de ar pneumáticos deixam a cabine do caminhão MAN bastante macia. O espaço interno é amplo, muito bem aproveitado com porta-trecos e bagageiros. Por falar em bagageiros, os externos podem ser acessados de dentro da cabina. Para completar o conforto, a cama é desenhada de uma nova e original maneira, com estrados flexíveis, que se adaptam ao corpo de quem se deita e diminuem a sensação de estar dormindo no chão. O assento é bastante confortável, com formato anatômico. Mais conforto só com descansos para os braços, itens que fazem falta para motoristas que passam dias nas estradas.
Outro item bastante desejado nos dias de hoje é um computador de bordo com muitas informações de desempenho do veículo. No TGX, este conceito não traz nenhuma inovação, mas também não deixa de fora nenhuma informação básica que o motorista precise para viajar. Já os espelhos retrovisores não somente possuem uma ampla área de visão, como ainda tem regulagem eletrônica e aquecimento, para desembaça-los quando necessário.
Como o 29.440 ainda é uma novidade no competitivo mercado dos extrapesados, há desconhecimento sobre o potencial deste modelo. Após o test-drive, a desconfiança acabou. Com um preço sugerido de R$ 420 mil, o TGX é uma ótima opção de compra.
Fotos: Divulgação