Das estradas de asfalto às trilhas de terra

Por Fábio Rogério
da Redação do Portal

Mudanças na suspensão, escolha de pneus off-road, e um aumento da potência do motor em mais de 400 cavalos. A fórmula não é fácil, mas após experimentar desde 2002, o modelo Atego 1725 4×4 da Mercedes-Benz passou por um “ajuste fino” que resultou em inúmeras vitórias no Rally dos Sertões.

As equipes Salvini Racing e Petrobras Lubrax, que utilizam o modelo, guardam “a sete chaves” os segredos das modificações. A Salvini venceu os Sertões em 2003, 2006, 2007 e 2009, e a Petrobras faturou em 2002, 2004 e 2008.

Eustaquio Sirolli, gerente sênior de Marketing de Produto – Caminhões da Mercedes-Benz, ressalta que, por ser de série, o Atego pode receber diversas modificações. “Na suspensão, cada equipe faz sua adaptação. A cabine recebe uma ‘gaiola’, montada para a preservação da vida. E o motor tem sua potência aumentada de 245 para mais de 400 cavalos”, diz. Nos caminhões de 2011, as novidades são embreagens com disco de cerâmica e cabines com ar condicionado.

No caminhão da Salvini Racing foram utilizados novos batentes hidráulicos na suspensão dianteira e novos amortecedores de competição na suspensão traseira. Isso proporciona melhor qualidade de absorção das irregularidades das vias, suavizando impactos no chassi e no interior da cabina.

Já o Atego da Petrobras Lubrax recebeu novos amortecedores na suspensão traseira. Também vem equipado com um câmbio mais reforçado, o GO-210, utilizado em veículos pesados com motor de 12 litros. Como o motor do Atego é de 7 litros, esta solução otimiza o desempenho durante as provas, com maior torque de saída e uma melhor relação entre as marchas. O câmbio conta ainda com auxílio pneumático para mudança de marcha.

A Fórmula Truck é famosa por muitas alterações no veículo. Mas ao se comparar com o Rally, a modificação é bem menos radical. “Primeiro, porque no rally a cabine fica na posição original, e todos os eixos, e caixa de transferência são originais de fábrica”, fala Sirolli.

Segundo o gerente de Marketing da fabricante, a suspensão e os pneus são os principais itens que as equipes mudam e experimentam. “A superação dos obstáculos do percurso do rally encontram na suspensão um papel importante. Um caminhão desses pode chegar a 170 km/h”, aponta.

Em termos de marketing, a participação da fabricante em uma competição não poderia ser melhor. “É uma exposição da marca e uma demonstração da robustez do veículo. E o que está rodando no rally basicamente é o mesmo produto que roda nas estradas pavimentadas”, finaliza Eustaquio.

Foto: Divulgação

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