Nesta terça-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que celebra a luta feminina por igualdade de direitos, melhores condições de vida e trabalho, respeito, pelo fim dos preconceitos e da violência contra as mulheres, entre outras pautas.
A cada ano as mulheres ocupam seu lugar na sociedade e mostram que o tal “sexo frágil” é apenas uma falácia criada para deslegitimar o poder feminino e no trânsito não tem sido diferente.
De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), uma pesquisa do DataSUS aponta uma disparidade enorme no número de mortes entre homens e mulheres no trânsito. A cada 10 vítimas fatais, oito são homens e duas são mulheres.
Ainda segundo a entidade, não existe uma confirmação metodológica que justifique a violência no trânsito apresentar índices menores entre as mulheres, apenas há a constatação de que as mulheres tendem a uma percepção maior do risco no trânsito e, por consequência, uma tendência menor de ter um comportamento de risco ao volante.
Além disso, as mulheres no Brasil provavelmente têm uma menor exposição real ao trânsito. Dados de janeiro deste ano do DETRAN-DF apontam que 61,6% dos habilitados são homens e apenas 38,4% são mulheres.
Mulher no volante, mudança no comportamento
Mesmo sem uma confirmação metodológica para o baixo número de acidentes, a experiência de ter mulheres ao volante tem se mostrado um sucesso.
A transportadora Braspress investe na contratação de motoristas do sexo feminino desde 1999 e conta hoje com 99 mulheres no seu quadro de funcionários.
“Conseguimos mostrar que competência não tem sexo, abrindo mercado de trabalho para as mulheres que colaboraram para o aumento da produtividade e da melhoria da capacitação no setor do TRC – Transporte Rodoviário de Carga”, afirmou Urubatan Helou, Diretor-Presidente da Braspress.
De acordo com a empresa, os controles internos mostraram que as motoristas do sexo feminino têm maiores cuidados operacionais com os veículos, o que reduziu o número de batidas e custos de manutenção, além de serem mais pacientes no trânsito e educadas no relacionamento com clientes.
Rodando o Brasil
A Caravana Siga Bem, maior evento itinerante das estradas brasileiras também tem suas representantes do sexo feminino no comando dos pesados que rodam o Brasil de norte a sul.
Cathia Medeiros e Cássia Claro, fizeram parte da equipe de motoristas da 9ª edição da Caravana Siga Bem e se sentem realizadas trabalhando no que sempre sonharam fazer.
“Eu tenho satisfação em pegar minha carteira de trabalho e ver escrito motorista de carreta. É um sonho realizado!” , declarou Cássia em entrevista publicada aqui no Portal das Estradas.
A Caravana Siga Bem também faz seu trabalho em favor das mulheres com o projeto Siga Bem Mulher. Em todas as paradas, profissionais da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres dão palestras para conscientizar homens e mulheres da necessidade de se combater qualquer tipo de violência.
